segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Um dia - Daivd Nicholls

Livro: Um dia - David Nicholls
Sinopse: Dexter Mayhew e Emma Morley se conheceram em 1988. Ambos sabem que no dia seguinte, após a formatura na universidade, deverão trilhar caminhos diferentes. Mas, depois de apenas um dia juntos, não conseguem parar de pensar um no outro. Os anos se passam e Dex e Em levam vidas isoladas - vidas muito diferentes daquelas que eles sonhavam ter. Porém, incapazes de esquecer o sentimento muito especial que os arrebatou naquela primeira noite, surge uma extraordinária relação entre os dois. Ao longo dos vinte anos seguintes, flashes do relacionamento deles são narrados, um por ano, todos no mesmo dia: 15 de julho. Dexter e Emma enfrentam disputas e brigas, esperanças e oportunidades perdidas, risos e lágrimas. E, conforme o verdadeiro significado desse dia crucial é desvendado, eles precisam acertar contas com a essência do amor e da própria vida.


Minha opinião: 


Ganhei esse livro do meu melhor amigo e amei. Ele acertou em cheio!
Comecei a ler esse livro e viajei no tempo. O livro trata a vida pós-universidade com tanta riqueza de detalhes e verdades, que fica impossível não querer ler o livro rápido, só pra saber o final.
Você acaba se identificando a Emma, que é uma mulher insegura, embora talentosa. Nenhuma beleza fora do comum, muitas vezes invisível aos olhos da multidão. Uma pessoa que é boa, mas não sabe. Por outro lado, temos Dexter, um modelo padrão de mauricinho e conquistador barato, rapaz mimado e que necessita desesperadamente de ser o centro das atenções. Ao passar dos vinte anos, vamos percebendo a mudança do caráter e do modo de pensar dos dois.
Nesse livro, você vai ler ótimas frases de efeito, vai gargalhar em algumas partes, vai sentir uma vontade incontrolável de bater, dar colo ou aconselhar os personagens principais. Você vai chorar... Mas, sobretudo, você vai ver – ou descobrir – a importância da amizade, do companheirismo. Verá que existem algumas formas de amar e notará o poder e a capacidade que só o amor tem em nos dar paciência e de transformar vidas, mostrando que tudo é capaz.
 

PS: Joyce Grint agradece H.B pelo livro.

domingo, 21 de outubro de 2012

Querido você,



Escrevi esse texto um dia desses, só pra traduzir o que eu sinto em palavras. Meu amigo pediu pra eu postar, então ai está. Espero que goste.




Querido você,
Talvez você nunca entenda, mas eu te amo. E pare com isso de achar que eu tenho que parar com essas coisas, amor não é uma coisa controlável ou administrável. Não espero que você me ame, tão pouco que você me entenda. Amor não é pra ser entendido, nem eu mesmo entendo direito o que sinto por você: é um misto de amor, carinho e necessidade absurda de proteção. Suportaria, embora com dor, que você fosse feliz com outra pessoa, embora sempre torça pra essa pessoa ser eu.
O que eu quero de você? Paciência. Tenha paciência quando eu tiver com ciúmes de você, mesmo que você não tenha o feito por mal. Tenha paciência para repetir, quando você tiver falando comigo e eu me distrair te observando. Paciência pra explicar o que eu não entendo, impor limites e, principalmente, paciência pra entender que eu não posso fazer nada quanto a isso. Porque se eu te amo a culpa é toda sua.

Texto de Joyce Grint

terça-feira, 17 de abril de 2012

A Repartição dos Pães


Era sábado e estávamos convidados para o almoço de obrigação. Mas cada um de nós gostava demais de sábado para gastá-lo com quem não queríamos. Cada um fora alguma vez feliz e ficara com a marca do desejo. Eu, eu queria tudo. E nós ali presos, como se nosso trem tivesse descarrilado e fôssemos obrigados a pousar entre estranhos. Ninguém ali me queria, eu não queria a ninguém. Quanto a meu sábado – que fora da janela se balançava em acácias e sombras – eu preferia, a gastá-lo mal, fechá-la na mão dura, onde eu o amarfanhava como a um lenço. À espera do almoço, bebíamos sem prazer, à saúde do ressentimento: amanhã já seria domingo. Não é com você que eu quero, dizia nosso olhar sem umidade, e soprávamos devagar a fumaça do cigarro seco. A avareza de não repartir o sábado, ia pouco a pouco roendo e avançando como ferrugem, até que qualquer alegria seria um insulto à alegria maior.
Só a dona da casa não parecia economizar o sábado para usá-lo numa quinta de noite. Ela, no entanto, cujo coração já conhecera outros sábados. Como pudera esquecer que se quer mais e mais? Não se impacientava sequer com o grupo heterogêneo, sonhador e resignado que na sua casa só esperava como pela hora do primeiro trem partir, qualquer trem – menos ficar naquela estação vazia, menos ter que refrear o cavalo que correria de coração batendo para outros, outros cavalos.
Passamos afinal à sala para um almoço que não tinha a bênção da fome. E foi quando surpreendidos deparamos com a mesa. Não podia ser para nós…
Era uma mesa para homens de boa-vontade. Quem seria o conviva realmente esperado e que não viera? Mas éramos nós mesmos. Então aquela mulher dava o melhor não importava a quem? E lavava contente os pés do primeiro estrangeiro. Constrangidos, olhávamos.
A mesa fora coberta por uma solene abundância. Sobre a toalha branca amontoavam-se espigas de trigo. E maçãs vermelhas, enormes cenouras amarelas, redondos tomates de pele quase estalando, chuchus de um verde líquido, abacaxis malignos na sua selvageria, laranjas alaranjadas e calmas, maxixes eriçados como porcos-espinhos, pepinos que se fechavam duros sobre a própria carne aquosa, pimentões ocos e avermelhados que ardiam nos olhos – tudo emaranhado em barbas e barbas úmidas de milho, ruivas como junto de uma boca. E os bagos de uva. As mais roxas das uvas pretas e que mal podiam esperar pelo instante de serem esmagadas. E não lhes importava esmagadas por quem. Os tomates eram redondos para ninguém: para o ar, para o redondo ar. Sábado era de quem viesse. E a laranja adoçaria a língua de quem primeiro chegasse.
Junto do prato de cada mal-convidado, a mulher que lavava pés de estranhos pusera – mesmo sem nos eleger, mesmo sem nos amar – um ramo de trigo ou um cacho de rabanetes ardentes ou uma talhada vermelha de melancia com seus alegres caroços. Tudo cortado pela acidez espanhola que se adivinhava nos limões verdes. Nas bilhas estava o leite, como se tivesse atravessado com as cabras o deserto dos penhascos. Vinho, quase negro de tão pisado, estremecia em vasilhas de barro. Tudo diante de nós. Tudo limpo do retorcido desejo humano. ‘Tudo como é, não como quiséramos. Só existindo, e todo. Assim como existe um campo. Assim como as montanhas. Assim como homens e mulheres, e não nós, os ávidos. Assim como um sábado. Assim como apenas existe. Existe.
Em nome de nada, era hora de comer. Em nome de ninguém, era bom. Sem nenhum sonho. E nós pouco a pouco a par do dia, pouco a pouco anonimizados, crescendo, maiores, à altura da vida possível. Então, como fidalgos camponeses, aceitamos a mesa.
Não havia holocausto: aquilo tudo queria tanto ser comido quanto nós queríamos comê-lo. Nada guardando para o dia seguinte, ali mesmo ofereci o que eu sentia àquilo que me fazia sentir. Era um viver que eu não pagara de antemão com o sofrimento da espera, fome que nasce quando a boca já está perto da comida. Porque agora estávamos com fome, fome inteira que abrigava o todo e as migalhas. Quem bebia vinho, com os olhos tornava conta do leite. Quem lento bebeu o leite, sentiu o vinho que o outro bebia. Lá fora Deus nas acácias. Que existiam. Comíamos. Como quem dá água ao cavalo. A carne trinchada foi distribuída. A cordialidade era rude e rural. Ninguém falou mal de ninguém porque ninguém falou bem de ninguém. Era reunião de colheita, e fez-se trégua. Comíamos. Como uma horda de seres vivos, cobríamos gradualmente a terra. Ocupados como quem lavra a existência, e planta, e colhe, e mata, e vive, e morre, e come. Comi com a honestidade de quem não engana o que come: comi aquela comida e não o seu nome. Nunca Deus foi tão tomado pelo que Ele é. A comida dizia rude, feliz, austera: come, come e reparte. Aquilo tudo me pertencia, aquela era a mesa de meu pai. Comi sem ternura, comi sem a paixão da piedade. E sem me oferecer à esperança. Comi sem saudade nenhuma. E eu bem valia aquela comida. Porque nem sempre posso ser a guarda de meu irmão, e não posso mais ser a minha guarda, ah não me quero mais. E não quero formar a vida porque a existência já existe. Existe como um chão onde nós todos avançamos. Sem uma palavra de amor. Sem uma palavra. Mas teu prazer entende o meu. Nós somos fortes e nós comemos.
Pão é amor entre estranhos.

(Clarice Lispector).

                                          Yara Emanoela D'Orazio Amélia

sexta-feira, 13 de abril de 2012

A Droga da Obediência - Livro

 A livro A Droga da Obediência, do autor Pedro Bandeira, é um clássico da literatura infanto-juvenil brasileira. Escrito em 1984, é o primeiro de uma série de livros que contam as históris de 'Os Karas', um grupo de adolescentes que desvendam casos criminosos.

 

  Essa série é incrível. Vale a pena por cada palavra. É intrigante. Aliás, todos os livros da série Os Karas merecem ser lidos e relidos sempre. Pedro Bandeira, fantástico. Os Karas marcaram a minha juventude.

                                                     Yara Emaoela D'Orazio Amélia

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Feliz Ano Novo!!

Terminamos o ano de 2011 cheio de expectativas sobre o ano seguinte, sempre com a esperança de que seja melhor. E, na minha humilde opinião, nada nos move mais do que o pensamento positivo.
Costumamos fazer lista de objetivos para o ano novo, coisas como emagrecer, arranjar um namorado, juntar dinheiro pra comprar alguma coisa, pra viajar... prometemos estudar mais, conversar menos, confiar menos nas pessoas, acreditar mais em nós mesmos, não deixarmos nada pra cima da hora. Mas será que fazemos isso?
O importante não é perder dois quilos ou não deixar o trabalho da escola pra fazer de noite, em cima da hora. O que realmente importa é o caminho que você trilha, as coisas boas que você faz, as coisas ruins que você deixou de fazer. É estar lá quando seu amigo precisa, é saber a hora de dizer ‘não’, mas também a hora de dizer ‘sim’. É saber respeitar os limites, sobretudo os seus.
O que realmente importa é você ser feliz sem magoar ninguém, é você orgulhar os outros sem ter que se prejudicar para isso. É ter um melhor amigo, é ter alguém que te ama pelo que você é, não pelo que você tem. Melhor ainda, amar e ser amado. É dizer ‘te amo’ para quem você realmente ama, saber ter maturidade pra controlar ciúmes e coragem para vencer os obstáculos e medos.
É saber reconhecer o valor de um abraço, a importância de um sorriso e poder compartilhar cada minuto de forma segura e precisa, sem arrependimentos. Porque o tempo não volta, só o que volta é a vontade de voltar no tempo.
Que em 2012 a gente possa saber encontrar a felicidade nas pequenas coisas, nos pequenos gestos, na simplicidade das palavras. Assim, então, poderemos terminar o ano com a certeza de que estamos nos tornando grandes pessoas.
Desejamos um 2012 com muita paz, saúde, amor, felicidade, cumplicidade e pessoas sinceras para juntos compartilharem momentos importantes e inesquecíveis.

Texto de Joyce Grint

A equipe Amélia Resistance deseja a todos um ótimo ano novo!!

sábado, 12 de novembro de 2011

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Porque eu me imaginava mais forte. Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil. É porque eu não quis o amor solene, sem compreender que a solenidade ritualiza a incompreensão e a transforma em oferenda. E é também porque sempre fui de brigar muito, meu modo é brigando. É porque sempre tento chegar pelo meu modo. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu quero amar o que eu amaria - e não o que é. É porque ainda não sou eu mesma, e então o castigo é amar um mundo que não é ele. É também porque eu me ofendo à toa. É porque talvez eu precise que me digam com brutalidade, pois sou muito teimosa. É porque sou muito possessiva e então me foi perguntado com alguma ironia se eu também queria o rato para mim.

Clarice Lispector

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Did you - Hoobastank



Você disse tudo que você poderia?
Fez as coisas que você pensou que faria?
Isso nunca lhe ocorreu que isso poderia ser seu último dia?

Você foi onde você queria ir?
Aprendeu sobre o que você queria saber?
Você sempre pega algo de volta em vez de devolver?

Você achou o que você estava procurando?
Você chutou a porta?
Você consegue olhar para si mesmo
E sentir orgulho de todas as coisas que você fez?

Você inspirou o único que você conhecia?
Fez diferença para aqueles que te conheciam?
Você finalmente descobriu o que com que nós sejamos quem somos hoje?

Não perca outro dia
Você sabe, eu sei, onde você pega um
Não perca outro dia
Para fazer qualquer coisa que você não fez

Você sempre deu o seu melhor?
Existe alguma de que você se arrependeu?
Se você pudesse ter outra chance, você faria tudo igual?

(Você?) Isso era tudo que pensou que poderia ser?
(Você?) Você é a pessoa que você pensou que seria?
(Você?) Ou isso sentiu como se você estivesse rodando suas rodas no lugar de estar movendo-se para frente?